27/11/2013

A vaca Vitória e o gato Maltês





A vaca Vitória vivia numa quinta de uma família abastada. Na quinta, existiam vários animais e a vaca Vitória, altiva, como sempre, tratava os demais com algum desprezo. Afinal, ela era a vaca Vitória e até ao seu nome lhe dava prestígio.
Era domingo e apareceu um gato na quinta.
O gato Maltês era idoso e tinha sido abandonado pelos donos. Não sabendo o que fazer, resolveu pedir ajuda à vaca Vitória e deslocou-se à quinta para conversar com ela.
- Olá, Vitória, chamo-me Maltês e fui abandonado pelos meus donos.
Se eu pudesse viver aqui, salvavas-me a vida. Não tenho onde viver e em breve chegará o inverno.
No meio de sonoras gargalhadas, a vaca respondeu ao gato:
- Um gato velho a viver na quinta? Para quê? Nem ratos consegues caçar!
O gato Maltês saiu, desanimadamente, da quinta e encontrou os seus amigos que, ao saberem do sucedido, resolveram ajudá-lo:
- Todos juntos, conseguiremos uma casa para ti! – disseram os amigos prontamente.
E assim foi: juntaram-se vários animais e construíram uma bela casa para o gato Maltês que agradecido lhes disse:
- A amizade é o que tive de mais valioso durante a minha vida e estou-vos, eternamente, grato pela ajuda que me deram pois salvaram-me a vida.
Anos mais tarde, foi sabido que a vaca Vitória, ausente de amigos, acabou por falecer.

A União faz a força e a amizade é um dos maiores valores da vida.
E assim termina esta história.
Francisca Gouveia, 5º ano B

14/11/2013

O meu quarto

O nosso quarto é o nosso refúgio, mas a Lara deixou-nos espreitar o seu: obrigado! 




Ainda me lembro da primeira vez que entrei no meu quarto. Fiquei logo fascinada! As cores são muito vivas e vibrantes. 
O quarto apresenta uma confortável cama, acompanhada de uma cómoda, ao centro. Uma secretária estende-se pela parede da direita e, mesmo em cima, consegue ver-se um candeeiro cor de laranja. Um espelho ergue-se do chão e vai ao encontro de um armário de roupa. Mesmo no canto do quarto, pode observar-se um sofá pequeno e preto. No chão, há um pequeno tapete rosa e dois cestos e na parede três quadros com moldura larga. 
Dentro do quarto, existe uma casa de banho muito espaçosa e luminosa, com tudo o que é preciso para uma boa higiene pessoal.
Já o quarto é limpo, grande e muito sossegado. Mas, frequentemente, ouvem-se os vizinhos a falar e, de noite,  os grilos cantam e há um espesso silêncio na rua. Para quebrar esse silêncio, ouve-se, de vez em quando, um carro a buzinar.
Eu adoro o meu quarto e não desejo ter mais nenhum.

Lara Ferreira, 5º ano A

11/11/2013

As pupilas do Senhor Reitor


José das Dornas tinha dois filhos, Pedro e Daniel. Este não tinha a composição física para trabalhar no campo, por isso, seguiu os estudos, enquanto que o seu irmão teve uma vida de lavrador. 
Durante os seus tempos de estudo na aldeia, Daniel apaixonou-se por Margarida. Como o reitor se apercebeu disso, mandou Daniel acabar os estudos no Porto. 
Margarida tinha uma meia-irmã, Clara. Esta e Pedro apaixonaram-se e, quando Daniel voltou do Porto, já não se lembrava de Margarida. 
Depois de muitas reviravoltas, o amor foi reencontrado e foram anunciados dois casamentos.


O que mais me interessou nesta obra foi a ideia de que quem fica, tem tudo o que lhe faz lembrar a outra pessoa e quem vai, esquece, pois não tem nada que a faça lembrar. O que menos gostei foi o facto de Daniel demorar tanto tempo a recordar o amor por Margarida.

Aconselho a leitura deste livro a todos os alunos, porque o autor foi quem deu o nome ao nosso Colégio.

Leonor Gothen,  9º ano B

As Estrelas





          Era uma vez uma menina, muito traquina, que não queria ir à escola. Por mais que os seus pais insistissem, não conseguiam que a menina fosse aprender a ler e a escrever, como todos as crianças da sua idade. 
Um dia, quando brincava no jardim, conheceu uma senhora muito meiga e paciente que a ensinou a ler e a escrever. Mas a senhora já era idosa e, passado algum tempo, adoeceu gravemente. A menina ficou muito triste, porque a senhora, agora, vinha poucas vezes e, quando vinha, ficava pouco tempo, porque estava cada vez mais fraca. Certo dia, veio para se despedir da pequena. Abraçou-a com ternura e com lágrimas nos olhos. A menina chorou, porque sabia que aquela era a última vez que via a sua amiga.
 Ao ver a tristeza da menina, a senhora disse-lhe:
  - Não fiques triste, minha querida. Chegou a hora de partir e, em breve, estarei longe daqui, mas estarei sempre contigo e, quando me quiseres ver, olha para o céu e a estrela mais brilhante que lá se encontrar, sou eu que te sorri.
A senhora não mais voltou. A menina não suportava mais a saudade. Certa noite, não conseguindo dormir, abriu a janela e olhou o céu a chorar. De repente, seu rosto iluminou-se. Era uma estrela muito brilhante, muito bonita, tão perto que quase lhe podia tocar e que, agora, lhe acariciava e aquecia o rosto. Era a amiga que a ensinara a ler e a escrever. 
 A partir dai, todas as noites, a menina olhava o céu e, com o tempo, o céu começou a encher-se de estrelas. A menina concluiu que cada estrela correspondia a uma professora que tinha ido para o céu, por ter sido paciente e ensinar os meninos que não queriam aprender a ler e a escrever.
Assim nasceram as estrelas. Mas de todas as que povoavam o céu, a maior e a mais bonita era, sem dúvida, a sua estrela.




Maria do Céu, 5.º ano B

08/11/2013

Estranhões e bizarrocos (II)

Inspirado no conto homónimo da obra de José Eduardo Agualusa, o João Afonso escreveu uma poema sobre Jácome, "o inventor de coisas impossíveis".



Há muito tempo atrás
havia um rapaz inventor
que criava engenhos
com carinho e amor.

Os amigos avisaram:
"Isso é tudo inútil!"
Jácome concordava,
tentaria fazer algo útil.

Com o passar do tempo,
até eles o abandonaram.
Pensaram que era maluquinho
e foi por isso que o deixaram.

Os bichos, sua única companhia
vinham do mundo mecanizado.
Pássaros e formigas a vapor
acompanhavam-no para todo o lado.

Então, Jácome decidiu
fazer outros animais.
Eram estranhões, bizarrocos
e muitos outros mais.

Zangados, os vizinhos
reclamaram à polícia.
Não compreendiam Jácome,
não viam a sua perícia.

Sem outra alternativa
Prenderam o inventor
Ele não merecia:
era só um sonhador!

Mas as crianças exigiram
queriam-no em liberdade.
E os polícias, pois claro,
Fizeram-lhes a vontade!

João Afonso, 7º ano


Estranhões e Bizarrocos

Um inventor de coias impossíveis: formigas mecânicas, passáros a vapor, sapatos voadores, aparelhos de produzir espirros, estranhões e bizarrocos e outros seres sem exemplo. Camelos sábios, uma menina de peluche, a rainha das borboletas. Um país onde tudo acontece ao contrário, os rios correm do mar para a nascente, e os gatos são do tamanho dos bois. O nascimento do primeiro pirilampo do mundo... São histórias para adormecer anjos, de José Eduardo Agualusa.


07/11/2013

A sala da minha casa

Uma boa descrição de um espaço  tem o poder de nos transportar até ele. É como se, pouco a pouco, se fosse compondo uma imagem da qual nos sentimos parte.
Aceitemos o convite do Manuel que tão bem nos abre as portas da sua sala.


A minha sala é grande, luminosa e tem três grandes janelas com cortinas castanhas e bege de tecido fino. As paredes são brancas e têm dois quadros pendurados. O chão é em soalho castanho e encontra-se coberto por duas carpetes, também de cor bege.

Quando se entre na sala, à esquerda, há uma mesa de vidro rodeada de seis cadeiras de madeira castanha com o estofo verde. Ao pé da mesa, encontra-se uma gaiola dourada com um pássaro amarelo que canta muito bem, chilreia quase todo o dia – é um canário. Há também um móvel castanho sobre o qual repousam duas estatuetas em forma de girafa, acompanhadas por um veado, um ovo de pedra, uma jarra de vidro amarelo e um anjo. Ao lado desse armário, vive uma planta com grandes folhas verdes.

No lado direito da sala existe um outro móvel com duas estátuas e uma jarra de vidro vermelho escuro. Ao lado, no chão, há duas caixas decorativas pretas e brancas e uma outra planta com folhas verdes alojada num vaso branco. Há ainda uma orquídea com flores coloridas.

A televisão encontra-se pousada sobre um móvel castanho claro e ao seu lado está uma cristaleira com uma porta de madeira e outra de vidro onde estão guardados copos e vários utensílios. 
Há ainda um sofá chaise-longue castanho com seis almofadas a condizer e um pufe bege para fazer conjunto. 

No teto, encontram-se suspensos dois candeeiros castanhos com forma globosa e um candeeiro bege com forma cilíndrica do mesmo tecido das cortinas.

Manuel Silva, 5º ano A

O Fantasma de Canterville (II)

O Bruno gostou da obra e atreveu-se a fazer uma expansão do texto. Aqui fica um excerto do texto original seguido da sua continuação da história.


Ao entrar em casa, Virgínia apercebe-se da presença de um Fantasma, Sir Simon, na sala. Este encontra-se num estado contemplativo, olhando pela janela. Está muito triste, mergulhado numa depressão “profundíssima”.
Virgínia confronta Sir Simon com o facto de ele ter assassinado a esposa e condena-o pelo seu ato criminoso. Este responde-lhe de forma insólita, dizendo que a opinião dela é “filosofia barata”. Assim, Sir Simon considera que os motivos que o levaram a matar a mulher eram válidos e aceitáveis, uma vez que ela era “vulgar”, não sabia engomar, nem cozinhar.
Havia uma mancha de sangue no chão da biblioteca, o que prova, efetivamente, a ocorrência de uma morte naquela casa. Sir Simon usava tintas que tirava do estojo de Virgínia para dar mais cor à mancha e garantir que essa prova nunca desapareceria.
O Fantasma confere grande importância à ascendência nobre e ao estatuto social, logo ter “sangue azul” não era, para ele, um “pormenor”; foi, aliás, por encarar a esposa como uma pessoa “vulgar” que a terá assassinado. Sir Simon considera os ingleses (ele incluído) um povo aristocrático, de tradição, com classe e educação. Ao contrário, considera os americanos um povo com pouca educação e sem tradição, que não sabe dar valor a “pormenores”, tão importantes como a origem aristocrática das famílias.

- Se o senhor decidiu roubar-me as tintas, vai ter de as pagar – exigiu Virgínia.
 O fantasma pediu desculpa e Virgínia aceitou, convidando-o logo a pintar o pôr-do-sol e outras coisas. 
 Ao fim de alguns minutos, qual não foi o espanto de Virgínia ao ver que o fantasma tinha pintado uma paisagem de luar, à beira mar.
- Mas que pintura maravilhosa! Como pode uma criatura, supostamente tão terrível, exprimir sentimentos de tanta tranquilidade e bem-estar?
- O essencial é invisível aos olhos! Tu conheces-me por fora, mas não sabes quem eu sou verdadeiramente, nem por que me tornei alguém tão assustador! – esclareceu o fantasma.
- Então queres contar-me a história da tua vida?
- Há coisas que se calhar não vais perceber… Lembraste de há pouco me teres acusado de ter matado a minha mulher e de eu dizer que ela era uma desmazelada e vulgar?
- Sim, lembro-me – acrescentou Virgínia, já empolgada com a história.
- Eu matei-a, de facto, mas não por ela ser quem eu disse que era, mas antes por sofrer dez longos anos com uma doença que lhe levou a vontade de viver. Éramos uma família rica, com posses, trabalhávamos na agricultura e dispúnhamos de grandes fazendas e quintas. Com os tratamentos da minha esposa, fomos perdendo as nossas posses. Começamos a vender os animais, mantendo apenas aqueles que nos iam garantindo a subsistência – as galinhas, as vacas, as ovelhas. Vendemos os cavalos e os burros, por isso, ficamos também sem carroças. Para além disso, nesse ano fatídico, o nosso filho, John, adoeceu e morreu com a peste negra. Mrs. Umney já não aguentava o sofrimento físico e psicológico. Foi por isso que decidi cumprir com a vontade dela e dar-lhe veneno dos ratos, para ela, por fim, descansar. Aquela paisagem que eu desenhei foi o último lugar onde Umney esteve em vida.
Virgínia, que já soluçava, fez um pedido:
- Deixe-me ficar com o quadro e esqueça o pagamento das tintas.


Bruno Trindade, n.º 3, 9º  B

O Fantasma de Canterville

Oscar wilde (1854-1900), de origem irlandesa, foi poeta, dramaturgo e autor de numerosos contos. Tornou-se um dos dramaturgos de maior sucesso da época vitoriana, sendo a sua escrita caracterizada por uma apurada crítica social e por uma fina ironia. Da sua obra destacam-se textos dramáticos como O Leque de Lady Windermere, Salomé, A Importancia de se Chamar Ernesto e o romance O Retrato de Dorian Gray.



Em O Fantasma de Canterville, Oscar Wilde conta a história de um diplomata americano que compra, na velha Inglaterra, Canterville Chase, uma bela mansão da época Tudor, supostamente assombrada por um temível fantasma. A família instala-se e estranhos fenómenos começam a acontecer: uma mancha de sangue no chão da biblioteca, ruídos noturnos de correntes arrastadas, gritos terríveis… No entanto a família não se deixa intimidar e o seu comportamento desconcerta o fantasma que, de assustador passa a assustado, tremendo de medo ao menor ruído. 

O Fantasma de Canterville é um clássico com todos os ingredientes de uma narrativa de terror, que não põe de lado a fina ironia e um hilariante sentido de humor.


Uma aventura no labirinto misterioso





O livro Uma aventura no labirinto misterioso, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, editado pela Caminho e ilustrado por Arlindo Fagundes, despertou completamente o meu interesse.

A história trata de um grupo de cinco amigos – Teresa, Luísa, Pedro, João e Chico – que decidem tirar um pequeno curso de fotografia. Como foram selecionados para essa aventura, vão passar um tempo num casarão misterioso, onde existem passagens secretas pelas paredes e um jardim em forma de labirinto, também enigmático. 

É um bom livro, devido ao mistério existente ao longo da história, como é o caso dos assaltos, que ninguém previa acabarem de forma tão inesperada. Outro motivo que me leva a recomendar esta obra, é a surpresa que percorre a leitura, como por exemplo a descoberta de outro labirinto: debaixo da terra…

Eu gostei imenso do livro e recomendo-o a qualquer pessoa, principalmente ao público jovem, porque é bastante interessante, de leitura fácil e muito misterioso.

Henrique Adão, nº10, 6º A

05/11/2013

Pássaros


O filme de animação "For the birds", da Pixar, serviu de inspiração a esta divertida fábula.




Certo dia, no meio de um campo, pousados num fio de eletricidade, estavam muitos pássaros do mesmo tamanho. Eram todos pequenos e muito malandrecos!
De repente, pousou no poste um pássaro muito maior que os outros. Os passarinhos afastaram-se e troçaram dele:
- Que feio que tu és!
- Vais participar no “Peso pesado”?
O grande pássaro voou e ficou no meio deles. Os pássaros, sentindo-se apertados e vendo que cedia ao seu peso o fio de eletricidade, decidiram bicar o pássaro pesado. Ora, para ele, as bicadas eram cócegas e acabou de pernas para o ar. Os passarinhos aproveitaram e bicaram-lhe as patas. Quando só se via uma garra no fio, dois deles continuavam a bicá-la, mas o resto da passarada reparou que iam ser atirados pelo ar e reclamaram:
- Parem, vocês os dois! Se ele largar a última garra vamos…- Tarde demais! O pássaro caiu e foram todos projetados pelo ar.
Ao lado do pássaro grande, que repousava do que para ele fora uma pequena queda, caiu primeiro um e depois todos os outros passarinhos sem penas, nus. E foi a vez do pássaro se rir.

QUEM RI POR ÚLTIMO, RI MELHOR!

Maria Cima Augusto, nº13, 5ºA