08/11/2013

Estranhões e bizarrocos (II)

Inspirado no conto homónimo da obra de José Eduardo Agualusa, o João Afonso escreveu uma poema sobre Jácome, "o inventor de coisas impossíveis".



Há muito tempo atrás
havia um rapaz inventor
que criava engenhos
com carinho e amor.

Os amigos avisaram:
"Isso é tudo inútil!"
Jácome concordava,
tentaria fazer algo útil.

Com o passar do tempo,
até eles o abandonaram.
Pensaram que era maluquinho
e foi por isso que o deixaram.

Os bichos, sua única companhia
vinham do mundo mecanizado.
Pássaros e formigas a vapor
acompanhavam-no para todo o lado.

Então, Jácome decidiu
fazer outros animais.
Eram estranhões, bizarrocos
e muitos outros mais.

Zangados, os vizinhos
reclamaram à polícia.
Não compreendiam Jácome,
não viam a sua perícia.

Sem outra alternativa
Prenderam o inventor
Ele não merecia:
era só um sonhador!

Mas as crianças exigiram
queriam-no em liberdade.
E os polícias, pois claro,
Fizeram-lhes a vontade!

João Afonso, 7º ano


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